sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Polícia na USP, bom para quem?

Alessandro de Moura

Na ultima quinta-feira 27/10, a Polícia novamente reprimiu com bombas de gás, cassetetes e balas de borracha os estudantes da USP. Estes por sua vez deliberaram em assembléia pela ocupação da FFLCH (http://www.ler-qi.org/spip.php?article3179). Também em 2007 a Polícia tentava invadir a USP para por fim em uma das mais importantes mobilizações protagonizadas pelo Movimento Estudantil brasileiro  que lutava contra os "Decretos Serra" que atacavam frontalmente a autonomia Didática, cientifica e política das universidades. Frente o envolvimento de amplos contingentes sociais a Reitoria, o Governo e seu braço armado foram obrigados a recuar taticamente.
O mesmo não se deu no caso da ocupação estudantil na UNESP de Araraquara, onde o movimento estudantil ocupava a universidade em apoio a USP e contra os decretos. A Polícia invadiu o campus e prendeu os estudantes em um ônibus, depois a direção da faculdade abriu várias sindicâncias e efetuou expulsões. Ainda no mesmo ano na UNESP de Marília, um professor propunha a entrada da Policia Militar no campus. Os estudantes se organizaram em assembléias e consegui reverter a proposta da congregação e obrigou a reitoria e a direção da unidade a retrocederem.
Em 2009 a Policia Militar já havia entrado na USP agredindo duramente estudantes, trabalhadoras e trabalhadores ativistas. Era necessário fazer refluir a militância agrupada em torno do SINTUSP, um dos sindicatos mais combativos do país, que tem travado lutas importantes nos últimos anos contra a precarização do trabalho e a favor do livre acesso as universidades. Uma significativa campanha foi feita na ocasião contra a entrada da Polícia no campus, intelectuais, trabalhadoras, trabalhadores e estudantes de muitas universidades engajaram-se nesta luta.
Mas a reitoria e o governo do Estado não se deram por vencidos. Este ano, utilizando-se de forma oportunista de um trágico assalto seguido de assassinato ocorrido no campus (http://ler-qi.org/spip.php?article2935) criaram-se condições para que a Reitoria e o Governo do Estado pudessem militarizar a USP de forma permanente. Em um momento de comoção e fragilidade social, argumentando aumentar a segurança dentro do campus, tornava-se possível manter forte policiamento em torno das/dos estudantes ativistas, trabalhadoras e trabalhadores militantes. A luta protagonizada pelas trabalhadoras e trabalhadores terceirizados (http://www.ler-qi.org/spip.php?article2867) reforçava a convicção da REItoria de militarização do campus como forma de intensificar o controle político sobre esta universidade. A Polícia atua na USP buscando domesticar trabalhadores e estudantes em prol de um projeto de universidade elitista a serviço das multinacionais, do empresariado, do patronato industrial e agrário, para isto faz-se necessário reprimir os setores que se opõem.
A militarização da USP está totalmente associada à ofensiva repressiva da reitoria aos lutadores do Sintusp e aos estudantes. Por isso, junto ao “Fora PM!” é necessário lutar contra a repressão aos lutadores. A mesma polícia que está a serviço de defender os interesses dos capitalistas e empresários e que reprimi e assassina cotidianamente a população pobre e negra da periferia e dos morros não pode nos proteger.
Também não podemos aceitar que a polícia prenda estudantes que utlizam drogas. Devemos defender que as drogas sejam legalizadas. A legalização das drogas levaria certamente a diminuição da violência e da criminalidade. Veja a entrevista: http://www.youtube.com/watch?v=vVVgsqzEh-E . Leia também : http://www.ler-qi.org/spip.php?article2923
É a autocrática estrutura de poder da universidade que viabiliza a entrada da policia na USP. Lutar contra o Fora PM é também lutar para por abaixo essa estrutura de poder proveniente do período anterior a Revolução Francesa, que instituiu o sufrágio universal. Nesse sentido, é preciso erguer uma estrutura de poder verdadeiramente democrática. Fora Rodas! Por uma assembléia constituinte de toda a USP, onde cada estudante, professor e funcionário valham um voto!
FORA POLICIA! PELA REVOGAÇÃO DO CONVÊNIO REITORIA-PM!
NENHUMA REPRESSÃO AOS LUTADORES! POR DE PÉ UMA GRANDE CAMPANHA ATIVA EM DEFESA DOS LUTADORES! ABAIXO OS PROCESSOS FARSAS!
FORA RODAS! FORA SANDRA NITRINI!

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