sexta-feira, 18 de novembro de 2011

11 de SETEMBRO: a humanidade em meio a crises, guerras e revoluções

Alessandro de Moura 

Após a derrubada do muro de Berlim, e a dissolução da burocracia stalinista em meio à burguesia, por meio de uma fusão retrograda, chegou-se a comemorar o fim da história. O fim da bipolaridade (E.U.A X URSS) inauguraria uma nova era de “paz social”, que seria garantida pela governança UNIPOLAR sob direção estadunidense. Ao mesmo tempo, a nova posição conquistada permitia aos governos imperialistas dar inicio a uma nova etapa de neocolonização do Oriente sob a cobertura da ONU e da OTAN.
A ofensiva imperialista sobre territórios orientais não se daria sem conflitos armados, como a Guerra do Golfo (1991-1998). Os assassinatos em massa de civis, violência militar contra a classe trabalhadora do oriente médio, estupros e demais formas de abuso sobre a população, instaurava condições sociais caóticas. A classe trabalhadora ficava entre a invasão imperialista e a violência das classes dominantes locais com suas milícias particulares.
Os atentados de 11 de setembro de 2001, contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, e contra o Pentágono, em Virgínia são desdobramentos trágicos das disputas entre burguesias. Os atentados que chocaram a humanidade, trazendo grandes perdas, eram parte constituintes dos ajustes das classes dominantes. De forma mais profunda, os atentados evidenciavam a debilidade imperialista em exercer domínio sobre aliados e inimigos do imperialismo Ocidental. Frente a isso, os Estados Unidos e seus aliados recorrerem a níveis cada vez maiores de coerção, o que se vê refletido em seu unilateralismo e na tendência crescente ao militarismo no terreno político internacional. Buscando assegurar os interesses imperialistas no oriente médio, sobretudo o domínio das jazidas de petróleo, mas com discurso de guerra “contra o terrorismo” e “ataque preventivo” em 2001 invadem o Afeganistão, foguetes e bombas são lançados sobre suas principais cidades, hospitais, mesquitas e aldeias civis. No dia 7 de Outubro de 2001, dezenas de mísseis Tomahawk foram disparados por aviões, navios e submarinos norte-americanos e ingleses contra as principais cidades do país. Esta era a "Operação Duradoura". Em 2003 tem-se nova invasão do Iraque que dura até hoje.
Em meio a estas guerras a classe trabalhadora continua sendo a mais prejudicada. São milhares de assassinatos e os casos de violação de direitos humanos. A crise econômica que aflorou em 2008 gerou crise profunda na dominação estadunidense no Oriente Médio. Sua hegemonia segue debilitada. A primavera árabe marca o inicio de uma nova etapa histórica. Temos que nos preparar ela. Fora tropas do Iraque! Não as guerras imperialistas! Guerra contra a desigualdade! Guerra contra a fome! Guerra contra a dominação burguesa!


Além dos atentados ocorridos em 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, tivemos também o 11 de setembro de 1973, quando o imperialismo aliado à burguesia chilena financiou o golpe de Estado que deu início à ditadura de Pinochet. Esta produziu oficialmente 40 mil mortos, e mais uma imensidade de prisões, desaparecimentos e torturas (veja o curto vídeo do diretor Ken Loach: http://www.youtube.com/watch?v=7vrSq4cievs). É dessa ditadura que o Chile herdou um regime que só legalizou o divórcio em 2003, em que ser homossexual era crime até 1998, a educação segue completamente privatizada, e o terror dos fuzilamentos públicos da ditadura segue pesando sobre os que lutam contra isso e por seus direitos, como mostra a repressão brutal da polícia de Piñera às manifestações por educação gratuita, assassinando Manuel Gutierrez, um jovem de 16 anos.
Para acabar com as guerras imperialistas e golpes militares-burgueses, a classe trabalhadora precisa organiza-se independente dos interesses de qualquer fração da burguesia, do patronato e dos ricos. Não existe burguesia boa, tanto a imperialista quanto a nacionalista devem ser extinguidas. Os trabalhadores e trabalhadoras não devem combater e sofrer nas guerras imperialistas, devem reverter estas contra as próprias burguesias nacionais e internacionais. Transformar as guerras imperialistas em guerras de classe. Abaixo o imperialismo! Abaixo as intervenções militares! Viva a luta dos estudantes e trabalhadores do Chile!

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